quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Perguntas Frequentes

Por que ir ao psicólogo?
Quem vai ao psicólogo é louco?
Psicoterapia é importante?
Por que não posso apenas conversar com um amigo?

Vídeo simples e breve que responde a estas importantes perguntas que ouço com frequência.




quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

A Educação de Crianças: sobre a imposição de regras e castigos

                                        Criança vê, criança faz.

      Apesar dos meios sociais terem adquirido um espaço maior do que desejado na fonte de transmissão de informações de conduta para crianças e adolescentes, é necessário termos ciência e compreensão de que é na família o devido lugar para a disseminação dos valores morais e dos padrões de conduta, ou seja, a promoção da educação infantil.
Além da responsabilidade e ciência dos pais de que são e sempre serão modelos e exemplos a serem seguidos pelos seus filhos, consequentemente existe também o dever de promover meios para que as crianças aprendam a se relacionar socialmente de forma adequada e respeitosa, apresentando hábitos adequados nas mais diversas situações cotidianas. Para isso, torna-se necessária a imposição de regras, que são imprescindíveis na educação de uma criança. Lembrem-se, a criança precisa ter o seu comportamento moldado, ensinado e espelhado por seus pais e educadores. Ela não nasce sabendo, e o descumprimento daquilo que acreditamos ser comportamentos adequados, serão sempre comuns.
Dúvidas frequentes dos pais e educadores são quais e como as regras devem ser estabelecidas, quais castigos devem ser usados frente às desobediências das regras e quais recompensas podem ou devem ser dadas com a efetivação e cumprimento das regras.
Então vamos lá! Partindo do recomendadíssimo livro “Pais Presentes, Pais Ausentes: regras e limites”, da autora Paula Inez Cunha Gomide, devemos ter em mente:
  • Deve-se buscar o estabelecimento de poucas regras, que sejam flexíveis e realmente possam ser cumpridas!!!
Exemplo:
“Se uma mãe deseja que o filho junte os brinquedos da sala, ela poderá iniciar o treinamento da seguinte forma: no princípio ela irá ajudá-lo mostrando como fazer, elogiando o seu desempenho e incentivando-o a colocar os brinquedos no lugar certo. Estes primeiros passos devem ser dados muito cedo, quando a criança ainda é pequena, entre dois ou três anos. A mãe deve pegar na mãozinha da criança e colocá-la sobre o brinquedo apreendendo-o. Neste momento a mãe deve dizer, sorrindo, que está contente, que ele (a) está indo muito bem. Gradualmente, a mãe deve deixar de ajudar a guardar os brinquedos, apenas orientando e elogiando o filho ao final da tarefa, até que o comportamento esteja bem estabelecido. Desta forma a criança aprende a regra, passo a passo, e se sente capaz de executar o pedido da mãe. Por outro lado, se a mãe diz ‘arrume seu quarto, junte os brinquedos, faça a tarefa, penteie os cabelos, corte as unhas’, etc., para uma criança que não executa nenhuma dessas atividades, a chance de fracasso é enorme” (GOMIDE, p. 14).

Os pais e educadores não devem estabelecer várias regras ao mesmo tempo, que sejam rígidas e difíceis de serem cumpridas. Quando isso ocorre, a criança ou adolescente sente-se saturado deixando de prestar a atenção, ignorando-as ou burlando-as. Nos casos em que as regras são difíceis de serem cumpridas, a chance de serem descumpridas é muito maior, assim como a sensação de fracasso tanto para os pais quanto para a criança/adolescente.
Deste modo, os pais estarão ensinando aos seus filhos que as regras podem ser descumpridas, assim como sua autoridade pode ser desrespeitada, levando os jovens a não aceitarem também as diversas outras normas e imposições sociais.
É comum que diante do desrespeito das regras surjam os castigos e as ameaças. Não entrarei no mérito das punições com violência física, justamente por considerar impróprio, inadequado e desnecessário (o assunto fica para outra oportunidade). Do mesmo modo, ressalta-se a mesma ineficácia e violência dos castigos com privação de necessidades básicas, como de alimento, sono ou carinho. Destaco que quando me refiro a castigos, referencio as estratégias para orientar o comportamento das crianças e adolescentes, sendo recomendado a retirada de “algum tipo de lazer” por um curto período de tempo. Sobre isso é necessário destacar:
  • Deve-se escolher um castigo possível de ser cumprido e, principalmente, que os pais consigam controlar.
Ou seja, caso os pais e educadores não tenham meios de controlar o descumprimento do castigo, ele não deve ser estabelecido! A ameaça é ineficaz e gera um relacionamento irritadiço e estressante entre pais e educadores com o educando. Frente a um comportamento indesejado, é importante destacar:
  • O castigo não deve ser aplicado após ter passado muito tempo.
É necessário que os pais e educadores ajam diante de um comportamento inadequado. É comum que por não saberem como agir os pais “deixem passar” determinada situação, seja por uma real dificuldade ou mesmo indisposição. Contudo, em um próximo e diferente comportamento inadequado, lembrar dessa anterior situação e aí então querer dar uma punição não terá o mesmo significado. As atitudes consideradas indesejáveis devem ser orientadas de forma imediata.
A falta de constância nas orientações e atribuições de castigos frente a uma atitude indesejável torna a educação e seus ensinamentos flexíveis e confusos, ocasionando uma incerteza e insegurança na criança ou adolescente daquilo que é certo ou errado, dos valores adequados e do que é respeito. As crianças e adolescentes que são educados com regras flexíveis e confusas tornam-se adolescentes ou adultos que não respeitam as regras na escola e demais instituições, não respeitando também os professores e demais autoridades. Além disso, aprendem a manipular emocionalmente para ter aquilo que querem, ou então, a serem agressivos frente às negações de seus desejos. Passam a enxergar tais atitudes transgressoras como fontes e formas de obter o que desejam.
Se os pais e educadores optarem por dar recompensas aos filhos quando cumprem uma regra estabelecida, lembrem-se, valores morais e éticos são deveres comuns e cotidianos. Os bens materiais não devem ser ensinados a serem recompensas frequentes, e sim em raros casos (isso pode se tornar uma prática insaciável!). No cumprimento de combinados e na efetivação de comportamentos adequados, o seu carinho, elogios e atenção devem ser a recompensa pelos comportamentos de seus filhos. Antes de tudo, está o seu bom senso entre aquilo que está exigindo como sendo um comportamento adequado e o seu próprio exemplo deste mesmo comportamento, que deve estar sempre a disposição a ser seguido pelos seus filhos e/ou educandos.


Referência:

GOMIDE, Paula Inez Cunha. Pais Presentes Pais Ausentes: regras e limites. Rio de Janeiro: Vozes, 2013.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Psicanálise com bebês: a relação dos pais com seu bebê e o transtorno da depressão pós-parto


As teorias psicanalíticas têm o mérito de ter insistido na importância das primeiras relações da criança enquanto experiências fundamentais no desenvolvimento do ser humano. Para compreender um pouco melhor os diferentes métodos e técnicas de se atuar na psicanálise com bebês, devemos refletir a respeito dos objetivos desta atuação. De acordo com Queiroz (2011), a psicanálise em geral não deve ter objetivos definidos, pois a finalidade e os resultados são imprecisos. Dentro deste contexto, de se considerar a subjetividade de cada caso e seus objetivos particulares, fala-se do objetivo da psicanálise com bebês ser o de prevenção.
O bebê é tanto um evento novo como uma história antiga no contexto familiar, pois além de trazer características peculiares a ele e se inserir na relação com seus pais, ele encontra nessa relação antigos temas, conflitos e necessidades que muitas vezes não estão resolvidas e são revividas pela família. Os atendimentos na clínica psicanalítica com bebês e seus pais possuem três características que lhe são específicas: são atendimentos breves, focais e o paciente não é o bebê, mas sim, a relação dos pais com seu bebê. O foco deve ser determinado e relacionado com as necessidades que o bebê apresenta. A brevidade do trabalho se justifica porque essas necessidades são urgentes – o desenvolvimento é contínuo e acelerado e não pode parar esperando pela resolução de problemas (FARIAS, 2007).
Deve-se ter em mente que a psicanálise não é só da fala, é também da escuta e é nesse sentido que a clínica com bebês se faz possível. Na clínica com crianças o psicólogo escuta, ou melhor, lê seus desenhos e brincadeiras, com adultos busca a captura dos escritos do inconsciente que se apresentam na fala, e com o bebê trabalha na leitura das inscrições do Outro (os cuidadores primários) em seu corpo, este sendo o campo da escuta analítica nesta clínica peculiar (RIANNI, 2011).
Entre as possibilidades de atuação em Psicanálise de bebês na contemporaneidade, destaca-se o trabalho iniciado por Winnicott e Bion, que ao incluir que devaneios, fantasias e identificações projetivas na relação da mãe com o bebê eram importantes para o estudo do desenvolvimento da vida psíquica, da psicopatologia e das perturbações do vínculo na criança, deram espaço para um início de uma psicoterapia voltada para a relação entre pais e bebê (FARIAS, 2007).
Pinto (2004), afirma que a interação entre pais e bebê relaciona-se estreitamente com a representação que os pais têm sobre a criança, e disso resultam diferentes representações tanto para o pai quanto para a mãe, pois cada um teve seu filho em um momento de sua história e atribuem a esse bebê significados específicos. Klaus e Kennel (1993) ressaltam que há muita importância no laço entre pais e bebês, pois esse relacionamento entre eles é formativo, já que a criança desenvolve um sentido para ela mesma devido a uma auto-imagem que seja segura e apropriada. Sendo assim, o apego com os pais irá influenciar, por toda a vida desse indivíduo, as características dos laços desenvolvidos com outros indivíduos no futuro. Dessa forma esse vínculo entre os pais e seu bebê transcende o interesse em apenas alimentar, trocar ou tomar conta, mas envolve também o cuidado e o colocar-se no lugar do bebê, ter percepções acerca de suas necessidades tanto físicas quanto emocionais.
Um dos motivos comuns para se buscar um psicólogo nessa idade é o transtorno da depressão pós-parto, sendo um exemplo de como os três pressupostos do atendimento aos pais e seu bebê compreendem uma forma específica e eficaz de trabalho. Algumas perturbações psíquicas da mãe (ou do cuidador primário) podem repercutir de forma direta no desenvolvimento da criança, dessa forma, a noção de funcionamento psíquico compartilhado ganha grande importância, pois uma aproximação seguida de um distanciamento da mãe, para o bebê pode causar o aparecimento de transtornos graves no que se refere a contatos interpessoais e nos relacionamentos afetivos futuros (FARIAS, 2007).
Farias (2007) afirma que três questões envolvem-se diretamente com a depressão pós-parto. Uma delas refere-se ao que as mães pensam sobre a depressão pós-parto, pois muitas vezes elas podem queixar-se de dor, cansaço, falta de leite ou outros problemas de ordem física, mas nunca podem queixar-se de depressão, há nesse sentido uma associação com a imagem de uma “mãe má”, que não é socialmente aceita. Uma segunda questão citada pela autora é o fato de os profissionais que cuidam dessas questões prestarem muita atenção nos sintomas do bebê, no desamparo, no desinteresse da mãe, mas não olham para a mãe como deprimida e sim como rejeitante, e dessa forma, não há uma compreensão do problema, restringindo assim a terapêutica. A terceira questão diz respeito ao formato do atendimento psicoterapêutico dessa depressão: individual ou conjunto. O atendimento conjunto é o mais indicado, pois pode tratar simultaneamente a perturbação da mãe e também o vínculo mãe-filho; a presença física do bebê é fundamental, os olhares, os toques, a escuta e outros elementos podem ajudar com que se estabeleça e se fortifique o vínculo da mãe com seu filho, pois o vínculo é o objetivo principal desses atendimentos (FARIAS, 2007).


Referências

FARIAS, E. P. A Clínica psicanalítica com o bebê seus pais. In: CORREA, Olga. (org) Grupo familiar e Psicanálise: ressonâncias clínicas. São Paulo: Vetor, 2007.

KLAUS M. & KENNEL, J.  Pais/bebê – a formação do apego. Porto Alegre: ArtMed, 1993.

PINTO, E. B. Os sintomas psicofuncionais e as consultas terapêuticas pais/bebê. Estudos de Psicologia, 9, 3, 451-457, 2004.

QUEIROZ, T. C. N. A Técnica Psicanalítica com os bebês. Disponível em: http://www.escolafreudianajp.org/arquivos/trabalhos/A_tecnica_psicanalitica_com_bebes.pdf Acesso em 16/10/2011.

RIANI, A. C. P. R. A psicanálise na clínica com bebês. Sociedade de Estudos Psicanalíticos de Juiz de Fora, 2011. Disponível em:
http://psicanaliseebarroco.pro.br/dados/obras/psicanalise%20na%20clinica%20com%20bebes.doc acesso em 15/10/2011.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Por que procurar um psicólog@?



São inúmeros os motivos que levam o indivíduo a procurar um psicólogo para si mesmo, para seus filhos ou conhecidos. Assim como se busca um dentista quando se está com alguma dor de dente, o psicólogo deve ser procurado quando algo não está bem emocionalmente, quando se precisa de ajuda para lidar com as emoções e conflitos psicológicos.

A diversidade de questões que podem ser trazidas pelo paciente à clínica é infinita. Alguns exemplos comuns são a ansiedade, as angústias, medos, problemas de relacionamento, depressões e tantas outras dificuldades que prejudicam a pessoa de levar uma vida saudável. Na pressa do cotidiano não conseguimos parar para refletir sobre nós mesmos, nossa vida, atitudes e decisões que nos guiaram a estar onde estamos e da forma como nos encontramos. E por mais que paremos para pensar, deparamo-nos com problemas e muitas vezes com a incapacidade para lidar com eles.

A psicoterapia é um processo conjunto de construção e enfrentamento dessas questões que incomodam. Procurar por ajuda do psicólogo é um sinal de coragem e maturidade, afinal, o processo nem sempre é prazeroso e as mudanças são difíceis! Mesmo assim, em determinados casos se tornam necessárias.

O termo Psicologia significa o estudo da alma e essa ciência se propõe a estudar e a compreender o ser humano em sua essência com todas as peculiaridades de sentimentos, desejos, razões, emoções, instintos e suas interações consigo mesmo, com o ambiente e com o próximo. Analisa-se sem julgar cada paciente em sua imensa singularidade e subjetividade.

Deste modo, optar por fazer psicoterapia é optar por cuidar de si mesmo, de suas emoções e de lidar com verdades, destinando um tempo somente a você, que está buscando investir em qualidade de vida.

sábado, 13 de setembro de 2014

Eu e Você em um Mundo de Espelhos

Os padrões de beleza a que nos submetemos cotidianamente não são novidades para ninguém. Padrões de estética, de vestuário, escrav@s da beleza, o assunto realmente não é notícia, e verdadeiramente está mais preocupante a cada novo dia.

O que impressiona é que a imagem própria, aliás, o modo como os indivíduos se enxergam, afeta sim a auto-estima, e muitas vezes as escolhas, os amigos que se permitem fazer, os empregos a que se candidatam e etc. O fato de não estar se sentindo bem com a imagem pessoal pode ser um dos fatores a levar o sujeito a se fechar em si mesmo, evitando interações sociais  e simplesmente passar a frequentemente não se sentir bem, atribuindo isso a outros âmbitos da vida pessoal.

Isso demanda que nas obrigações do dia a dia tenha-se que ir desenvolvendo uma nova identidade para conseguir lidar com os padrões inalcançáveis. Em suma, refere-se aos sujeitos que com frequência vivem através de uma fachada falsa, superficial e adaptada ao meio. E isso dá trabalho, cansa!

A reflexão que trago hoje, é sobre o quanto a imagem que temos e conhecemos de nós mesmos já pode estar alterada negativamente por padrões sociais de beleza impostos, nos prejudicando desnecessariamente.

Vale muito a pena dedicar seis minutos de seu tempo para assistir a este vídeo de uma campanha publicitária, que ilustra imensamente a discussão de hoje:

Como nos enxergamos, e como nos enxergam?
“Você é mais bonit@ do que pensa”!



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A Escuta Psicológica




Ouvir palavras repletas de dor, angústia ou sem nexo aparente, pode vir a ser um trabalho intenso. Mais ainda, se nos propomos a não fazer juízos críticos e a tentar desvendar o material inconsciente que se encontra por trás desse discurso. 

É a isto que se propõe a escuta psicológica. A manter uma atitude profissional, que ouve a partir de seus valores e crenças, mas não os coloca em ação como juízo na interpretação da escuta do discurso de quem está sendo analisado. 

Essa neutralidade a que o psicólogo se propõe aponta para um papel que não é o de sugerir, nem julgar a vida do sujeito que está sendo analisado. É uma escuta no sentido pleno do termo, que faz com que o discurso se modifique e adquira um sentido novo aos próprios ouvidos do analisado, assim como para quem analisa (STERIAN, 2001).

Na psicoterapia, tão importante quanto a escuta do profissional de psicologia, é a sua escuta de si mesmo.


Referência

STERIAN, A. Emergências psiquiátricas. Casa do Psicólogo, 2001.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Sobre o Blog

Olá!
O Associando LivreMente é um blog que vai trazer as mais diversas informações, textos e contextos da psicologia. Além disso, será um espaço de divulgação do meu trabalho enquanto Psicóloga Clínica na cidade de Medianeira – Paraná.

O nome do blog foi inspirado na regra fundamental do método da Psicanálise, a Associação Livre, que consiste na estimulação para que o paciente fale livremente sobre aquilo que lhe vem à mente, visando alcançar o objeto da psicanálise: o inconsciente.

Não trataremos de assuntos inconscientes (pelo menos agora), mas sim dos distintos e aleatórios temas que envolvem essa profissão que tanto amo.


Seja bem vindo, fique à vontade, vamos Associando LivreMente!